O
MUNDO ESPIRITUAL.
(CONFLITOS
DA ALMA Parte III)
TEXTO DE REFERÊNCIA: Sl.
77.1 - 18.
Introdução:
“Se tu, minh'alma, a Deus suplicas, E não recebes, confiando fica. Em Suas promessas, que são mui ricas, E infalíveis pra te valer. Por que te
abates, ó minha alma? E te
comoves, perdendo a calma? Não tenhas medo, em Deus espera, Porque bem cedo, Jesus virá”. Esta
canção de Paulo Leiva Macalão, bem
expressa o conflito existencial que temos em nossa Alma. O termo Alma é derivado do hebraico nephesh, que significa vida ou criatura, e
também do latim animu, que
significa "o que anima". Segundo a Bíblia, a
alma pode perder-se Lc. 9.25, ser
salva Lc 9.24, e existir após a
morte do corpo. Ela também é citada como a fonte de todas as sensações e
sentimentos humanos, além de ser a responsável da comunhão humana com Deus.
Existem ações e reações no ser humano que até hoje ninguém conseguiu
explicar. Nem a medicina, nem a psicologia, nem a psiquiatria, nem a
sociologia; nenhuma ciência consegue explicar coisas que acontecem com o ser
humano. Penetrar a alma
de um indivíduo é algo misterioso e profundo;
é um mundo desconhecido. Não podemos padronizar os motivos que levam uma pessoa
a determinadas atitudes.
Freud já bem dizia, “Conhece-te a ti mesmo!” O que dizer das pessoas
leigas no assunto? Há momentos, é verdade, que nós mesmos nos estranhamos,
temos ações e reações que jamais pensávamos em ter. Não podemos esquecer que
cada dia é um dia e cada momento diferente do outro. Então nunca podemos
imaginar como serão nossas ações ou reações futuras.
No texto lido, o salmista está vivendo um desses momentos, ele que em tantos salmos animadores escreveu, agora está vivendo um momento de
conflito interno, e o v.2 sintetiza seus sentimentos “a minha alma recusa-se a consolar-se” Esse
encontro com a dor de sua alma, num contexto de dúvidas e falta de fé o leva a
experimentar algo estranho em sua vida. Muitas vezes, nós passamos por
situações idênticas, e não sabemos o que fazer; parece que o mundo vai desabar
sobre nós; que não há o que fazer; parece que a fé acabou; que Deus está longe, são momentos que ficamos sujeitos a cometer
erros em nossas vidas, por isso precisamos entender ou aprender o que fazer
nestas horas de conflito.
·
Três momentos a
refletir
Três situações pesadíssimas podem ser encontradas,
ao estudarmos o Salmo de referência, que sem o devido cuidado poderia mudar
toda a realidade outrora adquirida, em nossa vida cristã.
1.
Sabemos
e cremos na oração como o antídoto mais barato e fácil em produzir a cura de
uma pessoa, mais ao lermos o SL 77,
passamos a enxergar que a oração não produziu alívio a dor do salmista. Tentava
buscar a Deus, mas não o encontrava, e o mesmo deixa claro que sua alma
permanecia em constante dor sem conseguir a sua oração chegar ao trono da graça, v.1,2. No v. 3 Seu corpo e espírito desfalecem, já sem forças para lutar ou
se quer permanecer em oração, sua oração é fato, mas sua alma não encontra o
alívio.
2.
Como
não o bastante, no v.4 seu sono se torna perturbador, carregado de uma insônia
com uma grande manifestação de desassossego da alma se tornava cada vez mais
visível, era uma situação nova e diferente que o salmista estava
experimentando, embora confiante, mas o desespero invadia a sua alma, situações
parecidas com o nosso dia em que os problemas nos conflitam de tal forma, a
perdermos o sono em nossas noites.
3.
No
final do v.4, ainda vemos a
dificuldade de desabafar, quem sabe em não conseguir se expressar ou traduzir o
sofrimento que o mesmo passava naquele instante? Ele sente que sua dor precisa
vir à tona, mas ela se torna inexprimível.
·
Soluções nada boas...
Quando passamos a viver um estágio assim,
corremos para as soluções humanas, mas que nem sempre são eficazes. Vejamos:
1.
“Penso
nos dias de outrora” v.5. O viver no
passado se tornou uma referência ao salmista, por não ter a sua petição
respondida naquele instante, Mt. 6.34
fugir da luta atual era a melhor coisa, se declarar sem capacidade de vencer a
nova batalha, e passar a correr do sofrimento, esta é uma grande arma que
satanás usa para nos acorrentar as bênçãos do passado, e assim nos moldar
incapazes de conquistar novas vitórias. Temos que buscar novas vitórias sem
baixar a guarda, na certeza de que um dia a noite vai acabar para nós. 2° Co. 5.17.
2.
No
v.6, o salmista fala da realização de um auto-análise, que há primeiro instante
é bom e salutar, Qual o meu chamado? Quais as minhas promessas? Qual a minha
missão? São análises que podem produzir bons frutos, mas também podem gerar
mais conflitos, pois vivendo como o salmista relata no texto de referência, o
Diabo pode introduzir em nós a impressão de que podemos resolver o nosso
conflito sem Deus, pois até então Deus ainda não havia se pronunciado com o
salmista. O nosso socorro vem de Deus, pois fazer um auto-análise sem Deus,
pode até aliviar o conflito, mas não o cura! Sl. 46. 1-3.
3.
“Rejeitará
o Senhor a mim? E não voltará mais a ser propício?” A rejeição é um sentimento
que se apodera de nós, quando Deus permanece em silêncio... E assim aconteceu
também com o Salmista v.7, e o diabo
que não é bobo, começa a colocar em nossas mentes, o relato ou a ficha de
nossos pecados e erros cometidos no passado, já perdoados. Esquecemos nesta
hora do sangue que nos redimiu e nos alcançou por Cristo Jesus, precisamos ser
vigilantes neste momento. Jr.31.34.
4.
Aprendendo vencer...
Quando nos encontramos sem resposta para
nossos conflitos, chega o momento de descansar em Deus entregando a Ele todas
as nossas ansiedades. Se passarmos a aceitar o contexto de Jo. 16.33, vamos entender que estamos destinados a ser um vitorioso,
pois Cristo como nosso exemplo de fé, venceu, e se assim acreditarmos,
passaremos a compreender que podemos ser vitoriosos também pela fé.
1.
Precisamos
entender que nosso coração rodeado de emoções, produz para nós engano mortal. Jr.17.9. O salmista em seu v.10 começa a enxergar a realidade...
“Esta é a minha aflição”. Somos sujeitos as aflições deste mundo, tudo há seu
tempo Ec. 3, e assim vamos vivendo
de fé em fé... Este é o primeiro passo para se vencer o conflito da alma,
entender que tudo passa, e que a palavra de Deus permanece firme. Lc. 21.29-33.
2.
Lembrar
dos grandes feitos realizados por Deus é um exercício de fé. Deve ser sim uma
arma para vencermos os conflitos, e o salmista assim o fez. Nos v. 11,13. O que
não podemos é permanecermos atrelados as conquistas do passado, mas recordar
das conquistas é necessário, pois assim estaremos fortalecendo o nosso espírito
e em determinado momento, relembrando as estratégias usadas para vencer os
conflitos do passado. Dt. 7.19. Sl.
126.3.
Conclusão:
Será o nosso problema maior que um terremoto?
Um trovão? Um relâmpago? Qual será o tamanho do conflito em nossa alma. Não se
esqueça que Deus está acima disto tudo, pois foi Ele quem os criou... E
necessário entendermos que Deus pode tudo! Só que é preciso aprender o tempo de
Deus. Mt. 20.1-16. Deus está pronto
a resolver os nossos conflitos de uma forma sobrenatural, ele é especialista em
causas impossíveis, apenas confie e espere. Sl. 37.5.
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