quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Palavra Pastoral de 14 de Novembro de 2012.


UMA CASA EDIFICADA NA ROCHA.



TEXTO DE REFERÊNCIA: Mt. 7. 24-27. Lc. 6.46-49.
Introdução:

Para grande parte dos comentaristas bíblicos, edificar a casa sobre a rocha significa ser um discípulo que ouve e coloca em prática o que aprendeu que não age com imprudência e superficialidade. A obediência é o sólido fundamento para que se possa resistir ás tempestades da vida. Uma interpretação que me chamou a atenção sobre o tema foi a de  João Crisóstomo que em 347 d.C, escreveu em sua Homilia de n° 24, o seguinte: Por "chuva", "alagamento" e "ventos" Ele está expressando metaforicamente as calamidades e aflições que se abatem sobre os homens, como as falsas acusações, intrigas, luto, mortes, perda de amigos, os aborrecimentos, todos os males em nossa vida que qualquer um poderia citar. "Mas nenhuma dessas", diz Ele, "Abala a alma, que é fundada sobre a rocha." Ele chama a firmeza de Sua doutrina plena, porque na verdade os seus mandamentos são mais fortes que qualquer rocha, estabelecendo algo acima de todas as aflições humanas. Para aquele que guarda estas coisas rigorosamente, não terá a vantagem somente sobre os homens, mas até mesmo dos demônios que muito conspiram contra ele. E que não é vã jactância, por assim dizer, Jó é o nosso testemunho, que recebeu todos os assaltos do demônio, e pôs-se inabalável, e os apóstolos também são nossas testemunhas, que quando as ondas do mundo inteiro estavam batendo contra eles, quando ambas as nações e os príncipes, o seu próprio povo e estrangeiros, tanto os espíritos malignos e ao diabo, e cada motor foi colocado em movimento, eles ficaram mais firme do que uma rocha e dispersaram tudo.

  • 7.24. "Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as observa, será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha."
Jesus usa aqui uma ilustração que também pode ser encontrada nos escritos dos judeus. Essa ilustração poderia ter sido muito instrutiva para uma audiência oriental, afeita às tempestades características da região (violentas, repentinas, que às vezes provocavam grande destruição). Chuva no telhado, um rio nos alicerces, vento nas janelas, exigiam uma construção firme, com bons alicerces.
  • 7.25 "Desceu a chuva, vieram as torrentes, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela não caiu; pois estava edificada sobre a rocha."
"Ventos, chuva, rios". Diversos intérpretes fazem desses símbolos de turbulência, comparações com as tentações, com a Dolores Messiae, (isto é, àquelas dores pelas quais o mundo precisa passar, antes da vinda do messias) com as perseguições, com as heresias na igreja e outras... Outros ensinam que estão subtendidas três provas diversas, como: 1. Chuva: as aflições temporais; 2. Rio: as provas que resultam do maltrato por parte de outros homens; 3. Vento: As tentações e as provas que se originaram em Satanás ou nos demônios. Provavelmente Jesus falou em termos gerais, que incluem essas idéias, mas sem fazer referência exata ou intencional a essas coisas.

  • 7.26 "Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as observa, será comparado a um homem néscio, que edificou a sua casa sobre a areia."
"Ouve... não pratica... casa sobre a areia". Nota-se que realmente a idéia principal não é a de dois fundamentos, porque a areia não é um fundamento. Aquele que edifica sobre a areia não tem alicerce algum; ignora essa necessidade. A experiência humana mostra que muitos se alicerçam em coisas sem a aprovação de Deus, e muitos outros não têm base de espécie alguma. Ambos os tipos ignoram a maior necessidade, O alicerce na rocha. Os cães e os porcos de Mt. 7. 6, exemplificam aqueles que não têm alicerce. Os fariseus, os falsos profetas, os discípulos e autoridades falsas, são exemplos de pessoas com alicerces falsos. Todos esses são insensatos. Essa palavra é dura, pois é palavra que Jesus proibiu de ser aplicada aos outros. O seu sentido principal é embotado, pesado estúpido. Era o termo empregado para dar a entender uma comida sem sabor. Todos esses sentidos podem ser aplicados à alma e à mente do homem que ouve, mas não pratica os ensinos de Jesus.

·         7.27 "Desceu a chuva, vieram às torrentes, sopraram os ventos e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu: e foi grande a sua ruína."

Note que este pode passar pelas primeiras provas do primeiro homem, mas com resultado diferente. "Sendo grande a sua ruína", Jesus deixa novamente subentendido o juízo. A perda do destino da vida, a razão mesma da existência. Um toque dramático é acrescentado ao desastre que sobreveio à casa construída sobre a fundação de areia. "E foi grande a sua queda". Com essas palavras lamentáveis, Cristo adverte a que evitemos destino semelhante  Como deve ter sido im­pressionante essa imagem de terrí­vel ruína para os que o ouviam, pois estavam acostumados à ferocidade das tempestades do Oriente, e como repentinos e absolutamente varriam tudo à sua frente que não estivesse firme!

Conclusão.

Ele ilustrou de forma notável a importância do fundamento ao edificarmos a vida. Se desejarmos construir man­sões mais imponentes para a alma, os fundamentos devem ser cuidado­samente escolhidos. A interpretação da parábola, sem dúvida, sugerida pela arquitetura que estava ao redor deles, está rela­cionada com "o material em geral de uma vida cristã externa", uma vida que se apóia e está arraigada em tudo o que o Senhor é: em si mesmo. É somente pela nossa união com Cristo, a Rocha, que podemos con­seguir a firmeza da parede, sem a qual até mesmo os nossos objetivos mais firmes serão como areia move­diça. Temos segurança eterna, se for­mos edificados sobre aquela funda­ção a respeito da qual Deus disse: "Vede, assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preci­osa de esquina, que está bem firme e fundada" Is. 28.16. Lucas também se refere ao construtor sábio, dizendo que ele "cavou, e abriu bem fundo, e lan­çou os alicerces sobre a rocha" Lc. 6.48. O escritor Benjamin Keach diz o seguinte sobre o cavar fundo: "A alma do crente cava fundo, pene­trando na natureza de Deus, para descobrir qual o tipo de justiça em que achará alívio e se harmonizará com a justiça e a infinita santidade de Deus".

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