TEXTO DE REFERÊNCIA: Ef. 2. 8-9.
INTRODUÇÃO:
O
que é graça? Esta palavra tem uma
importância central, se tornando uma palavra chave no cristianismo. É o ápice
encontrado no Novo Testamento, em todas
as possíveis vertentes encontradas veremos ser a “graça”, maravilhosa e acima
de tudo incomparável.
A
definição costumeira que falamos do significado de graça é a seguinte: “O favor
imerecido que Deus concede ao Homem”, embora ser realmente isso, é incompleto
tal conceito, pois, graça é um atributo de Deus, somente Dele, um Dom, ou um
componente do caráter divino, onde através da demonstração de bondade ao homem
de forma individual, ou a uma nação de forma global, é manifestada por Ele. Onde
o pecado impregnado em meio à humanidade perde seu efeito, e sua bondade embora
não merecedores, nos é doada gratuitamente, isto é, a graça nos garante de
forma imerecida a salvação.
O Novo
Testamento nos apresenta um Deus em graça plena I Pe. 5.10, e o Espírito Santo, sendo o Espírito de graça Hb.10.29, estabelecendo um entendimento
central de que a chave para se compreender o N.T, está em saber que a graça
veio aos homens através do filho de Deus Jesus Cristo. A graça é o sumário e a
substancia da fé do Novo Testamento. Sem a graça o Novo Testamento não faria
sentido.
Na
septuaginta a escrita mais antiga do N.T para a língua grega, o termo de
tradução de graça é charis que significa “favor imerecido” já na escritura
hebraica, não se encontra nenhum termo hebraico equivalente, os termos
originais hebraicos traduzidos para a septuaginta são chanan ou chen, que levam
também ao traduzido “favor” ou “misericórdia”, a função destas palavras no
hebraico mostram as misericórdias de Deus com homens de forma singular Gn.6.8; Gn.39.2; Êx 33.12,17, bem como
aos que invocavam por misericórdia e com os pobres Sl.4.1; 6.2; Pv.14.31.
Para muitos este significado se torna tão evasivo, que passam a
compreender de forma errônea que a graça seria uma forma de recarregar as
nossas baterias, administradas por meio das ordenanças religiosas e para outros
não significa ou significou em algum momento, alguma coisa. Enquanto isso
muitos gerem a religião em nome do cristianismo, negando totalmente a graça de
Deus, através do legalismo doutrinário, onde se determina que a salvação dependa
da lealdade a um sistema doutrinário eclesiástico, bem como das doutrinas do
moralismo liberal, onde estabelece que uma pequena porção de bondade seja
suficiente para alcançar a salvação pelo mecanismo graça. A graça não é gerida
ou manifestada por nós, nunca foi um mecanismo metódico, mas é a essência de
Deus ofertada a todos que assim desejam alcança-la.
·
A natureza da graça.
Sua natureza tem
como regra geral a gratuidade, pois o preceito coerente em sua interpretação e
compreensão está em entender que o “favor imerecido” é a concessão que um
suplicante acha aos olhos de um superior, no qual não se podia reivindicar
tratamento favorável, mas nele encontra tal favor sem merecer. Por isso é algo gratuito, pois (Deus) que
manifesta a sua graça em favor de alguém (homem) não está obrigado a
demonstra-la, ou seja, depende unicamente da vontade própria de Deus.
·
A riqueza da Graça.
A graça sempre será vinculada a obra de cruz de Cristo I Pe.1.10, que após a morte de cruz,
todo o pecado outrora dominador do homem, encontra um novo antidoto que não
apenas desfaz os efeitos do pecado mas, gera de dentro para fora uma
transformação plena do homem visando algo duradouro e eterno Rm. 5.20,21.
Essa riqueza é extremamente ensinada e relatada por Paulo, ele
nos ensina que a cruz de Cristo vem provar a realidade da graça divina, como a
medida final para nós Rm. 5.8.
Essa riqueza também nos leva a quatro pontos de garantias de
transformação e alcance, que de forma imprescindível deverá ocorrer em nós.
1. Redenção: Em Ef. 1.7, vemos
que a redenção só ocorre após a morte de Cristo na cruz. Redenção é um
caríssimo livramento do perigo, gerado pela nossa culpa no pecado, mas agora pela
graça redentora seremos redimidos de todo o pecado Rm. 3.24; Tt. 3.7.
2. Regeneração: É alcançada mediante a nossa união com Cristo em sua
ressureição, ou seja, forma de se vivificar com Cristo Ef. 2.1-5. A regeneração é o complemento necessário com a redenção
que gerará em nós a fé no redentor Ef. 2.8.
Essa co-ressurreição nada mais é que um fruto da graça, Lucas nos dizia, os
homens creem mediante a graça At.18.27,
enquanto Deus os chama por sua graça Gl.
1.15.
3. Eleição: Somos eleitos por Deus de forma irrestrita e
incondicional, outrora ofensores culpados, agora transformados em chamados e
justificados Ef. 1.3-12. Essa
eleição se caracteriza pela graça, jamais pelas obras, isto é, não está na
resposta dada por Deus a qualquer esforço ou mérito humano, que Deus pudesse
ter previsto Rm. 11.6; II Tm. 1.9.
4. Preservação: Deus gera sobre nós cuidados, pois somos agora alcançados
pelo fruto da graça, e nos tornamos unidos com Deus em fé Jo. 10. 27,28; Ef. 4.18. Esta segurança de ser guardado está para
os fiéis agora regenerados e discípulos de Cristo, onde passam, a saber, se
mesmo caindo da graça Deus estará pronto para nos levantar novamente em graça Pv. 24.16, pois a graça nos faz
alcançar as misericórdias de Deus Hb. 4.16,
e com seu perdão somos levados ao efeito libertos em Cristo Jo. 10.10, no qual visa gerar em nós
uma preservação para a eternidade Ap. 21.22.
CONCLUSÃO:
Sendo assim, entenda que a graça é o dom de Deus que gera
sobre nós em fé a salvação.
Mas em meio à corrida pessoal de alcançar as bênçãos nesta
terra, podemos sentir que não estamos sendo bem sucedidos nessas buscas, nesse
caso devemos lembrar que temos uma garantia e certeza, de alcançar um novo céu,
que a graça mediante a fé nos garante está disponível a todos nós. Tt. 2.11.
Enquanto ao sofrimento (dores, moléstias e doenças), se não
obtivermos de Deus o milagre da cura, devemos lembrar que isto faz parte da
condição humana, em virtude do pecado, do envelhecimento do corpo, ou da
punição de Deus. Mas em tudo isto temos como exemplo Paulo que obteve a
resposta de Deus, “a minha graça te basta” II
Co. 12.9.
Em outras palavras a graça de Deus é suficiente para nos
fortalecer em meio a qualquer provação, tentação ou período de sofrimento.
Maravilhosa, infinita e incomparável é a graça de Deus, se surpreenda
viva debaixo da graça de Deus. Tt. 2.7-15.
Perfeito! Essa é a maravilhosa graça que reconheço como essência do nosso maravilhoso Deus que dá vida eterna.
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